sábado, 28 de novembro de 2009

Caprinos Sistemas de Criação




Os sistemas de criação de caprinos são o extensivo ou em liberdade, semi-extensivo ou misto e intensivo.
Extensivo ou em liberdade: Nesse sistema, as cabras ficam soltas em grandes áreas ou pastos e o criador não exerce nenhum controle sobre elas, principalmente sobre sua reprodução. É o sistema tradicional, o mais antigo e o mais adotado, além de ser o que apresenta o menor custo para o criador. É o sistema predominante, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Os animais são soltos no início do dia e recolhidos ao entardecer, permanecendo cercados ou sob abrigos apenas no período da noite, onde existem alguns perigos adicionais, como o de predadores naturais.
Nesse sistema, os principais inconvenientes são a baixa rentabilidade devida, entre outros motivos, à alta mortalidade, maior probabilidade de doenças, vermes, etc. Apesar disso, como já foi dito, é o sistema onde o criador necessita dos menores investimentos.
Misto ou semi-intensivo: Os caprinos são criados em pequenos cercados, currais e abrigos para protegê-los do sol, e das intempéries. São soltos no pasto na maior parte do tempo mas sua alimentação é complementada com ração suplementar, para fornecer alguns dos nutrientes que o pasto pode não possuir.
Intensivo: Este é considerado o melhor sistema, o que permite a maior produtividade e lucratividade para o criador. É o sistema mais caro, mais complexo e que exige mais trabalho do criador. São necessárias instalações maiores e visa, principalmente a produção leiteira. Além disso, a criação deve ficar próxima dos centro consumidores, o que faz com que as terras sejam mais valorizadas. O animal fica constantemente em confinamento, sua alimentação é através de ração balanceada. Deve ter sempre água à sua disposição e a ração deve ser dada sempre no mesmo horário do dia. Com uma taxa de mortalidade muito pequena, protegido do sol, frio, ventos e chuvas, além de um acompanhamento constante do criador, os produtos obtidos serão sempre os da melhor qualidade.
Fonte: Rural News
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Instalações



* baias coletivas para animais de zero a três meses
* baias coletivas para recria de fêmeas de três a dez meses
* baias coletivas para fêmeas adultas
* sala de ordenha
* baia individual para cada reprodutor, localizada longe do galpão das fêmeas e da sala de ordenha
* quarentenário
* área para depósito de ração, feno, sala de medicamentos e escritório

O capril deve ser construído em local de fácil acesso, seco, alto e ventilado, sempre direcionado no sentido norte-sul (evitando a incidência de fortes ventos que possam causar problemas respiratórios aos animais).
Pode ser construído de forma suspensa (com piso ripado), facilitando a limpeza ou do tipo cama (utilizando-se palha de arroz, serragem ou feno).



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A carne de cabra


A cabra é uma boa produtora de carne embora, a rigor, não exista nenhuma raça especializada de caprinos para corte.
Toda a carne provém do abate de cabritinhos novos, cabritos castrados em diversas idades (quanto mais cedo, melhor), machos capões e cabras e bodes descartados da criação. Todos os machos, de qualquer idade, exceto os cabritinhos até 1 mês, devem ser castrados, quando destinados a corte, para que melhorem a qualidade de sua carne e ela fique mais macia, saborosa e não retenha o cheiro, principalmente dos bodes mais velhos, devido às glândulas especiais que possuem nas bases dos chifres.
Quanto às suas qualidades, ou melhor, sabor, consistência e cor, temos o seguinte:
- cabrito de menos de 1 mês de idade dá carne gelatinosa e insípida, pois só dá carne saborosa se mamar pelo menos durante 1 mês;
- cabritos de 2 a 3 meses, que já comem forragens verde dão a melhor carne, macia e saborosa;
- cabritos castrados cedo e abatidos até dois anos de idade, ainda produzem carne de qualidade; cabras e bodes velhos dão carne dura, de má qualidade, escura, seca, sem gosto e até com cheiro desagradável.
Algumas vantagens que a cabra apresenta, para a produção de carne são: por ser precoce, de rápido desenvolvimento, já pode ser abatida até com um mês de idade, embora seja melhor esperar um pouco mais, 2 a 3 ou até 5 meses, para que atinja maior peso; produz carne de elevado valor nutritivo e fácil digestão; dá um rendimento líquido de 75 a 85% (com a cabeça); dá lucro, porque os custos de produção, em geral, são baixos; há um bom mercado; porque a cabra é rústica e resistente às mais adversas condições de ambiente, pode ser criada em regiões "proibidas" para outras criações que não resistiriam às suas condições de clima e de alimentos disponíveis.
Não poderíamos deixar de fazer referência especial ao grande papel sócio-econômico que representa a produção desta carne, principalmente no Norte e Nordeste brasileiros, onde se situam as maiores concentrações de criações de cabras do Brasil, pois é esta carne, talvez, a mais consumida naquelas paragens, notadamente pelas populações do interior, nas regiões atingidas pelas secas e que têm, na carne de cabra a sua principal fonte de proteínas.
Portanto, fomentar a criação, melhorando suas técnicas de criação, seria melhorar as condições de alimentação de milhões de brasileiros que vêm sofrendo de uma subnutrição crônica a minar-lhes a saúde mas não a vontade de lutar pelo seu pedacinho de terra perdido nas caatingas.
Por: Márcio Infante Vieira
Fonte: Rural News
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A importância da água para cabra.


A água é um elemento indispensável à vida. Podemos mencionar que uma cabra em lactação consome, em média, 5 a 6 litros de água por dia: quanto mais leite produz, maior é a quantidade de água que bebe. Também o calor influi na quantidade de água ingerida: quanto mais alta a temperatura, maior o volume de água consumida para suprir as perdas do organismo, exigindo maiores quantidades por unidade de peso vivo.
A água, portanto, desempenha no organismo uma série de funções, sendo o dissolvente indispensável dos alimentos, para que sejam digeridos e absorvidos, conserva a elasticidade dos órgãos e tecidos, regula a temperatura do corpo por meio da evaporação, transpiração, etc., transporta os princípios nutritivos resultantes da digestão e torna possível a eliminação dos produtos da desassimilação.
Por esses motivos, as cabras devem ingerir uma quantidade de água suficiente para satisfazer as suas necessidades. Quando recebem rações formadas por forragens verdes, há necessidade apenas de menores quantidades de água como suplemento, mas necessitam de doses maiores quando são alimentadas com produtos concentrados.
Principalmente para as fêmeas em gestação ou lactação e os animais em crescimento, deve ser dada água fresca, limpa e abundante, em bebedouros higiênicos. Uma cabra em plena produção leiteira exige uma quantidade suplementar de água. Apresentamos uma tabela com as exigências de água para diversas espécies de animais, para que possamos comparar com a quantidade ingerida pelas cabras.
Animal litros Bois 30 a 50 Cavalos 20 a 30 Carneiros 2 a 3 Cabras 5 a 6 Suínos 5 a 6 Coelhos 0,1 a 1
Naturalmente, essas quantidades variam e podem ser alteradas também por febre, sal em excesso, etc., que fazem aumentar o consumo de água. Os animais que não recebem água em quantidades suficientes perdem o apetite, não absorvem nem assimilam completamente os alimentos, emagrecem e, portanto, perdem peso. Quanto mais elevada a temperatura ambiente, maior é a quantidade de água necessária para eles beberem, por serem maiores as suas perdas pela transpiração.
As necessidades de água dos caprinos estão relacionadas com o volume do seu corpo, temperatura e grau de umidade do ambiente, tipo de alimentação (aquosa ou seca), estado de saúde, raça, idade e sexo mas, principalmente, com o tipo de alimentação e as perdas de água do organismo através dos rins, pele e pulmão, causados por diversos fatores.
É preciso dar água fresca, limpa, potável e filtrada, pois quando está contaminada ou em más condições físico-químicas, pode servir de veículo para a transmissão de doenças orgânicas, infecciosas ou parasitárias. O teor de água varia muito em cada alimento. Os tubérculos e raízes têm até 90% de água, as palhas, fenos e sementes oleaginosas, de 5 a 10%.
Fonte: Redação RuralNews

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HÁBITOS ALIMENTARES
# animais altamente seletivos; preferem vegetação arbustiva, brotos e leguminosas
# apreciam um grande número de espécies vegetais
# recusam alimentos fermentados e sujos; a manutenção dos cochos deve ser diária
# qualquer mudança na alimentação deve ser feita de forma gradual, evitando indisposição intestinal ao animal
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NECESSIDADE ALIMENTAR POR CATEGORIA ANIMAL


CABRITOS (NASCIMENTO AO DESMAME)
* 500 ml colostro/dia (10% do peso ao nascimento), durante 5 dias, divididos em 4 ou 5 mamadas
* elevação gradual na quantidade de leite, atingindo 1,5 litro por volta do décimo quinto dia de vida
* concentrado oferecido a partir da segunda semana de vida, além do volumoso
* cabritos adequadamente alimentados podem ser desmamados a partir de 45 dias de vida
* machos destinados ao abate devem ser desmamados precocemente

CABRITOS EM CRESCIMENTO
* 400 a 500g concentrado/dia
* sal mineral a vontade e volumoso

CABRAS GESTANTES
* 500 a 600g concentrado/dia
* concentrado de boa qualidade em forma de silagem, feno, capim verde picado e pastagem (quando existente)
* no final da gestação, deve ser fornecido alimento de melhor qualidade e complementação com sal mineral

CABRAS EM LACTAÇÃO
* volumoso de boa qualidade
* 500 a 600g de concentrado/dia, mais 200 a 300g de concentrado por quilo de leite produzido/dia

REPRODUTORES
* volumoso de boa qualidade
* 400 a 600g concentrado/dia
* é aconselhável a manutenção de 2% de carbonato de cálcio ou farinha de ostras no concentrado, quando em dietas desiquilibradas, afim de evitar a formação de cálculos renais
* sal mineral à vontade

CABRAS SECAS
* 400 a 600g concentrado/dia, além do volumoso
* sal mineral
* concentrado oferecido em horário intercalado ao volumoso, nunca em quantia superior a 300g/refeição

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Caprinos Lactação e Desmama


Os caprinos são animais mamíferos, isto é, até certa idade, só se alimentam com o leite materno. Portanto, da quantidade e da qualidade do leite produzido pela cabra dependem a saúde, a precocidade e o desenvolvimento dos cabritos.
O leite é secretado (produzido) e excretado (lançado para fora), pelas glândulas mamárias, que entram em plena atividade pelo estímulo produzido pelo parto e devido à produção de um hormônio chamado prolactina, para que as cabras possam amamentar suas crias. As cabras possuem normalmente 1 úbere e duas tetas, lado a lado. No entanto, existem cabras que possuem 3, 4 ou 5 tetas "extras", às vezes dando leite em todas, mas isso não é normal e é, até mesmo, um defeito grave. Essas cabras devem ser eliminadas da reprodução, por uma série de razões, principalmente porque é um fator hereditário e pode se "alastrar" por todo o rebanho.
Normalmente, os cabritinhos começam a ruminar antes dos 30 dias de idade, o que significa que o seu rúmen já está "trabalhando" e já pegam, também, as forrageiras e a ração dadas às cabras. Como a qualidade e a quantidade do leite produzido não dependem somente da capacidade leiteira da cabra mas, principalmente, da alimentação por elas recebida, é necessário que durante a lactação lhes seja administrada uma alimentação fresca, saudável, nutritiva e bem equilibrada, na qual elas encontrem os elementos de que necessitam para uma boa lactação.
Nos climas temperados, elas devem receber de 5 a 8% do seu peso vivo e nos tropicais, de 3 a 5%. Quanto mais concentrado comerem, mais leite produzem as cabras. As em lactação podem receber até 700g de ração por dia, sem problemas, desde que tais quantidades sejam economicamente viáveis. Na França, dão 1kg de ração e feno de alfafa. Quando a temperatura é superior a 25 ºC, baixa o consumo de ração.
A produção leiteira das cabras varia, sendo em geral:
- de 300 a 500g por dia, para as cabras nacionais e
- de 1,5 a 2litros, em média, para as raças importadas.
A produção vai aumentando desde o parto, atingindo o seu máximo entre 30 e 60 dias e depois vai diminuindo. Naturalmente, a quantidade de leite produzido varia, não só de acordo com a capacidade leiteira, determinada por fatores genéticos ou hereditários, mas também por outros fatores como a alimentação, temperatura, clima, manejo, etc. Para controlar a capacidade leiteira das cabras temos, ou que medir em litros o leite que produzem ou então, o que é melhor, pesá-lo, pois é mais garantido.
Quando bem alimentadas, elas acumulam reservas nutritivas durante a gestação, para suprirem as suas necessidades durante a lactação, que exige um grande esforço fisiológico e mesmo físico, podendo provocar um grande desgaste do seu organismo.
As cabras de alta potencialidade genética (alta produção), quando em lactação, devem receber alimentos na base de 7 a 8% do seu peso-vivo (PV). Já para as de baixa potencialidade genética, o aconselhável é 3 a 4% do seu PV. Quanto mais come, mais leite produz a cabra, naturalmente, até o limite imposto por sua capacidade leiteira, genética ou capacidade do seu úbere.
Fonte: Redação RuralNews

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Manejo Sanitário
1. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES
* limpeza diária dos cochos
* vassoura de fogo ou desinfetante ao menos uma vez por ano
* troca periódica da cama
* varrer as baias diariamente
2. QUARENTENA PARA ANIMAIS ADQUIRIDOS
3. ISOLAMENTO DE ANIMAIS DOENTES
4. EXAMES PERIÓDICOS PARA DOENÇAS INFECCIOSAS, COMO: LEPTOSPIROSE, BRUCELOSE, ETC
5. SEPARAÇÃO DOS ANIMAIS POR FAIXA ETÁRIA
* zero a três meses
* três a dez meses
* fêmeas secas
* fêmeas em lactação
* fêmeas gestantes
* reprodutores e machos jovens não castrados em baias individuais
6. CUIDADOS NA ORDENHA PARA A PREVENÇÃO DE MASTITES
7. EVITAR SUPER LOTAÇÃO NAS BAIAS
8. EVITAR A PRESENÇA DE ROEDORES, MORCEGOS, MOSCAS E GATOS
9. MANTER EM DIA O QUADRO DE VACINAÇÕES E VERMIFUGAÇÕES
10. UTILIZAR MATERIAL DESCARTÁVEL PARA APLICAÇÕES (NUNCA USANDO UMA MESMA AGULHA PARA DOIS OU MAIS ANIMAIS)
11. ANIMAIS COM IDADE INFERIOR A QUATRO MESES NÃO DEVERÃO IR A PASTO, SOMENTE SOLÁRIO
12. ROTAÇÃO DE PASTAGENS E PASTOREIO APENAS EM CAPINS COM MAIS DE VINTE CENTÍMETROS DE ALTURA
13. CUIDADOS COM A FÊMEA GESTANTE
* secagem do leite sessenta dias antes da parição
* vermifugar apenas entre o final do segundo e início do quarto mês de gestação
* alimentação balanceada durante toda a gestação
14. CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO
* realizar o corte e cura do umbigo imediatamente após ao nascimento
* realizar pesagens ao nascimento, trinta, sessenta, noventa e cento e vinte dias, aos sete, doze e vinte e quatro meses de vida
* fazer com que o recém-nascido mame em até seis horas após o nascimento
* identificação dos animais logo que possível, com brincos, coleiras ou tatuador
15. VERMIFUGAR FÊMEAS PARIDAS ENTRE O QUINTO E DÉCIMO QUINTO DIA PÓS-PARTO, REPETINDO APÓS TRÊS SEMANAS. DEVEM SER USADOS VERMÍFUGOS A BASE DE ALBENDAZOLE, LEVAMIZOLE OU IVERMECTINA
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MÉTODOS DE ACASALAMENTO
# MONTA A CAMPO: proporção de um macho para cada trinta a trinta e cinco fêmeas. Não requer mão-de-obra especializada, não é possível determinar a data de cobertura e parto.
# MONTA CONTROLADA: um macho pode realizar de três a quatro coberturas diárias. É necessária a detecção de cio (por observação ou uso de rufião). Esse método proporciona melhor controle de coberturas e previsões de partos.
# INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL: provoca rápida melhora genética do plantel, já que são usados apenas reprodutores testados. Requer mão-de-obra técnica e especializada